Cerqueira exalta os baianos

28/06/2010 08:40

Cerqueira exalta os baianos

Salva-vidas Jorge Cerqueira faz bela homenagem à todos os free surfers do estado da Bahia


Por Jorge Cerqueira

 

Equipe Salva-Surf presente no Billabong Eco Festival realizado na Praia do Forte. Foto: Gabriela Simões / Esportenarede.
A equipe de segurança de água formada pelos salva-vidas Jorge Cerqueira, No ano de 1987, o Circuito Brasileiro de Surf Profissional foi instituído pela Associação Brasileira de Surf Profissional (ABRASP). Grandes marcas do ramo Surf Wear foram as principais apoiadoras de etapas em diversos estados brasileiros.

A marca Fico patrocinou as etapas no estado da Bahia por três anos consecutivos, foi quando tivemos a passagem dos maiores surfistas profissionais do Brasil em águas soteropolitanas. O público chegou a números recordes, Stella Mares ficou lotada durante os sete dias de evento. Não se via espaço nas arquibancadas instaladas na praia para que todos acompanhassem seus atletas preferidos entre eles o Jojó de Olivença, Tinguinha Lima, Neidson de Jesus, Dadá Figueredo, Pedro Muller e os irmãos do Tombo Neno, Paulinho e Amaro, os mais assediados.

Com isto, a segurança se tornou algo fundamental para o sucesso dos eventos, pois além da área de competição existia outra para treinos, exclusiva para os atletas que não estavam correndo baterias naquele momento.

Eu tive a honra de participar como segurança de água nas edições do Fico Surf Festival, e de lá prá cá, venho exercendo esta função nos evento de pequeno, médio e grande porte dentro do estado da Bahia. O crescimento dos esportes aquáticos no mundo entre eles o surf, se deu de uma forma assustadora, e o Brasil ocupa hoje uma posição de destaque neste quesito.

A Bahia tem seu lugar neste desenvolvimento nacional, foi mãe do maior circuito entre estudantes, sinalizando para todos que a educação tinha que estar inserida neste desenvolvimento. Criou-se então, a União dos Clubes Escolares de Surf (UNICLUBES).

Desse projeto, saíram várias feras dando um tom ao esporte, marginalizado na época, acabou-se criando uma nova visão. Formaram-se clubes de surf em escolas como o Instituto Social da Bahia (ISBA), Nobel, Drumond, Sartre, São Paulo, Diplomata, Portinari e etc, ou seja, escolas da alta sociedade baiana.
A "Cultura Surf" estava no lugar certo para que a Bahia desse um passo do tamanho do seu litoral (maior do Brasil), propagando este maravilhoso esporte, praticado inicialmente por reis.

Chegou a era dos eventos internacionais, WQS na Costa do Sauípe, WCT em Itacaré, PrO Junior em Salvador e em todos estes anos estava o surfista que não participava de competições, o Free Surfer. Sim, este mesmo, aquele que não participa dos campeonatos, surfa por prazer, quer pegar sua ondinha, esteja o mar pequeno, médio ou grande, com vento ou sem, com cordinha ou não, com quilha ou sem, com prancha nova ou não, o que importa é estar no mar.

Surfar é o que ele quer! Se tiver que pegar buzú para vim e para voltar, também não tem problema, o surf o deixa zen, solto, até a fome passa batida. E é a você Free Surfer que venho aqui agradecer por todos estes anos em que trabalhei nas competições, ordenando uma parte das praias onde se realiza os eventos, para que os competidores mostrem aos juízes suas habilidades, pois sem a colaboração, sem a educação, sem a cultura que ao longo destes anos você vem demonstrando, entendendo que o surf competição precisa deste espaço para continuar atraindo outros praticantes e desfrutar da natureza como você.

Obrigado por entender, obrigado por ceder seu espaço para outros surfistas remarem em sua onda no seu pico, obrigado por nos tratar com educação, mostrando que o free surfer tem bastante cultura.